O Bombeiro do Casseta e Planeta ofende aos idosos

Ultimamente tenho me colocado a discutir questões de comunicação um pouco mais amplas que a comunicação voltada para a publicidade, o fruto de tais discussões surgem a partir do pressuposto de que todo o ato que fazemos implica em comunicação. Ao meu ver, estreitar a comunicação e a culpa que ela tem de contribuir para um mundo insustentável a apenas seu lado comercial seria, no minimo, ingênuo.

Desta vez fiz uma análise sobre a comunicação feita pelo Casseta em Planeta, em especial no quadro do Bombeiro, que surge a partir do episôdio da Susan Boyle, onde a insinuação é de que ela estaria necessitada de sexo, e, por isso, se vê vitíma de histeria.

Até certo ponto, a brincadeira é tolerável, fica complicada e ofensiva quando ela sai do arquétipo do personagem Susan Boyle e passa a ser objeto de uma classe, que no caso de ontem foram os idosos.

Assista o quadro:



No minimo é grosseira a comparação, uma vez que o quadro, por ignorância talvez de quem escreva o roteiro, trata de necessidades fisiológicas de um idoso como semelhantes a necessidades de jovens. O que ajuda a construir no imaginário uma imagem negativa e jocosa do idoso. Além de comparar as senhoras do retiro a "Peruas abandonadas", o que é deplorável

Será muito bom o dia em que a rede Globo conseguir adotar critérios de responsabilidade social efetivos em sua ação.

Comentários

Murilo disse…
Não acompanho esse programa, mas as pessoas dizem que as piadas políticas deles eram inteligentes quando eu era garoto. Se esse é um quadro do programa, podemos esperar que mais pessoas tenham notado o mal gosto e que ele seja retirado do ar. Com um pouco de sorte o programa todo, por que não?
Conceição disse…
O humor faz parte da cultura brasileira. E o chiste, já nos ensinava Freud, é da natureza humana. Será que é possivel fazer piada apenas sendo politicamente correto? Concordo que o quadro foi ofensivo, mas o espaço da comédia, assim como o da ficção, é o lugar de expurgarmos nossos preconceitos mais cruéis, para que não o façamos no dia-a-dia, na vida real do contato com o outro. Mesmo assim, espero que o Casseta se retrate.
Acho difícil fazer comédia sendo 100% politicamente correto. Mas, pelo menos, 80% dá. O problema é que, com exceção ao CQC, os demais programas de humor da TV aberta são 95% incorretos.

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